24 de jun. de 2012

A MODERNIDADE DO ANTIGO



A MODERNIDADE DO ANTIGO


Adoro mobiliário, peças decorativas e até roupa com cara de coisa antiga. Ou seja, tudo o que nos remete ao que é usado, puído, detonado ou até mesmo surrado. Sabe aquela camiseta velha que muita gente usa para dormir, aquela meia de lã furada que esquenta os pés como nenhuma outra ou ainda aquela coberta com cheirinho que não tem igual? Então... com frequência esses objetos tomam dimensões extremamente importantes em nossas vidas e acabam se tornando personagens significativos de nossas histórias, afinal, criamos um forte vínculo com eles.
No mundo da decoração não é muito diferente. Quem não tem um vaso de vidro colorido presenteado por uma tia que acabou virando um inseparável porta trecos ou uma máquina de costura herdada da bisavó que se transformou em um aparador? Há também os metros de recortes de tecidos que viraram uma gostosa colcha de retalhos para nos aquecer no inverno, não é mesmo?
Se for bem colocado em um ambiente, tudo isso pode adquirir um ar contemporâneo. No entanto, a casa não precisa parecer um brechó de luxo para ser interessante. Então, antes de qualquer coisa, é fundamental personalidade e, principalmente, identidade. Logo, cai muito bem uma mistura divertida de memórias e desejos com o que existe de mais atual no mercado. Por exemplo, um sofá novo com linhas arrojadas pode conviver em total harmonia com um objeto antigo, desde que essa convivência seja explorada cuidadosamente.
Por isso, acredito que nem toda peça antiga deve ser descartada. Afinal, é possível integrar esses objetos a diferentes cômodos, deixando-os com a cara do dono. Eles são uma opção infalível para oferecer a um ambiente comum uma atmosfera aconchegante e receptiva. Hoje não existem mais regras pré-estabelecidas. O que vale é a sensibilidade e a intuição para misturar cores, texturas, efeitos de luz e estilos dentro de um mesmo espaço.
Dessa forma, cada casa se torna única, sobretudo, quando as escolhas são inteligentes e intuitivas. Não podemos esquecer que lares são intrigantes contadores de inesquecíveis histórias de nossas próprias vidas. É justamente essa sensação que um ambiente deve transmitir às pessoas: a emoção de se sentirem acolhidas e nada mais.

Texto publicado na revista virtual
AGORA DECORE No  01

Um comentário:

  1. Que delícia, depois de um tempo ausente da net, voltar e me deparar com um texto maravilhoso destes!!! Que saudades que eu estava deste blog e todas as lindas novidades que o Sergio nos apresenta!!!
    Eu tenho vários destes objetos saudosos e representativos que dão graça a nossa vida!!!! Que bom saber que neste mundo onde tudo é tão descartável, ainda podemos achar utilidades para o que nos é tão caro!!!!!!

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