A MODERNIDADE DO ANTIGO
Adoro mobiliário, peças
decorativas e até roupa com cara de coisa antiga. Ou seja, tudo o que nos
remete ao que é usado, puído, detonado ou até mesmo surrado. Sabe aquela
camiseta velha que muita gente usa para dormir, aquela meia de lã furada que
esquenta os pés como nenhuma outra ou ainda aquela coberta com cheirinho que não
tem igual? Então... com frequência esses objetos tomam dimensões extremamente
importantes em nossas vidas e acabam se tornando personagens significativos de
nossas histórias, afinal, criamos um forte vínculo com eles.
No mundo da decoração não é
muito diferente. Quem não tem um vaso de vidro colorido presenteado por uma tia
que acabou virando um inseparável porta trecos ou uma máquina de costura
herdada da bisavó que se transformou em um aparador? Há também os metros de
recortes de tecidos que viraram uma gostosa colcha de retalhos para nos aquecer
no inverno, não é mesmo?
Se for bem colocado em um
ambiente, tudo isso pode adquirir um ar contemporâneo. No entanto, a casa não
precisa parecer um brechó de luxo para ser interessante. Então, antes de
qualquer coisa, é fundamental personalidade e, principalmente, identidade.
Logo, cai muito bem uma mistura divertida de memórias e desejos com o que
existe de mais atual no mercado. Por exemplo, um sofá novo com linhas arrojadas
pode conviver em total harmonia com um objeto antigo, desde que essa convivência
seja explorada cuidadosamente.
Por isso, acredito que nem
toda peça antiga deve ser descartada. Afinal, é possível integrar esses objetos
a diferentes cômodos, deixando-os com a cara do dono. Eles são uma opção infalível
para oferecer a um ambiente comum uma atmosfera aconchegante e receptiva. Hoje
não existem mais regras pré-estabelecidas. O que vale é a sensibilidade e a
intuição para misturar cores, texturas, efeitos de luz e estilos dentro de um
mesmo espaço.
Dessa forma, cada casa se
torna única, sobretudo, quando as escolhas são inteligentes e intuitivas. Não
podemos esquecer que lares são intrigantes contadores de inesquecíveis histórias
de nossas próprias vidas. É justamente essa sensação que um ambiente deve
transmitir às pessoas: a emoção de se sentirem acolhidas e nada mais.
Texto publicado na revista virtual
AGORA DECORE No 01
Que delícia, depois de um tempo ausente da net, voltar e me deparar com um texto maravilhoso destes!!! Que saudades que eu estava deste blog e todas as lindas novidades que o Sergio nos apresenta!!!
ResponderExcluirEu tenho vários destes objetos saudosos e representativos que dão graça a nossa vida!!!! Que bom saber que neste mundo onde tudo é tão descartável, ainda podemos achar utilidades para o que nos é tão caro!!!!!!